domingo, 16 de março de 2014

Não menospreze os pequenos começos



Há algum tempo atrás, fui apresentada ao minimalismo. Logo depois, fui também apresentada a um estilo de vida sustentável, que engloba muito mais do que apenas separar o lixo. Ambos foram culpa de duas mulheres lindas, Márcia Okida, designer adepta ao estilo japonês minimalista e aos haikais visuais, e Drika Lucena, publicitária e ativista da reciclagem/reutilização/produção sustentável. A partir de então, esses dois conceitos se mesclaram e foram influenciando meu estilo de vida. E, em mudança de São Paulo pra Goiás, refleti bastante e revi todas as minhas coisas. Muitas foram pra doação e outras pro lixo, já que eu guardava sem motivo algum.

Foi quando eu pensei: "É hora de recomeçar, e sem excessos!"

Na realidade, creio que essa coisa toda sempre esteve dentro de mim. Posso ter uma personalidade forte, mas meu coração é simples. Gosto do básico e contento-me com pouco. Aprendi a valorizar o que tenho e a comer o que estiver no prato. Reclamar? Nem pensar! Muito pelo contrário, "ajoelhar e agradecer sempre". (Quem me conhece bem sabe quantas vezes eu já devo ter dito isso).

Grande parte disso também devo aos meus pais. Cristãos/missionários, sempre ensinaram princípios e valores extremamente importantes, e que hoje levo comigo por onde vou. Gratidão, respeito e gentileza foram a base da minha criação. Resumindo, praticamente vivi a vida da Pollyana, fazendo de tudo uma oportunidade para o "jogo do contente".

Ok. Mas como cheguei até aqui?
Foi uma bola de neve, na verdade. Eu sempre me senti "culpada" em alguns aspectos. Comecei a me questionar a respeito de pequenas coisas. Pra que demorar tanto no banho? Por que colocar tanta comida no prato e não comer? Qual a necessidade de manter no meu guarda-roupas tanta coisa que eu não uso há tempos? Pra que tudo isso dentro do quarto? Por que comprar, se eu posso fazer? Pra que gastar tanto determinado produto se eu posso economiza-lo? Pra que jogar fora se ainda está em bom estado? Pra que usar algo apenas uma vez ao ano, se eu posso doar para que tem apenas uma roupa para o ano inteiro? Pra que gastar gasolina ou passagem, se eu posso caminhar? São essas as questões que me fizeram ponderar e começar a pesquisar sobre um estilo de vida mais simples.
Deparei-me com alguns dos meus atuais "heróis". Cristãos, monges, ativistas, jovens com ideias inovadoras e empreendedoras, voluntários, colegas de profissão, etc. Pessoas que, como eu, se sentiram incomodadas em algum momento da vida e resolveram sair da sua zona de conforto.
Não é uma mudança fácil, que acontece de um dia pro outro. Eu ainda acho que tenho muitas coisas. Eu ainda tenho dificuldade no tempo do banho. Eu ainda esqueço a luz acesa. Eu ainda me apego a coisas que não serão importantes a longo prazo. Mas eu quero lutar pra ter menos, ser menos, gastar menos. E viver mais.
Portanto, digo com propriedade: Não menospreze os pequenos começos.

*Foto de Letícia Sally - todos os direitos reservados

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